The addiction of carelessness
(or the fallacy of the fire that will go out without any consequences)
Just like abuse, which I wrote about yesterday, carelessness is also addictive. And the reason why it expands is the same as all drugs: the feeling of impunity. As we progress along this path without suffering consequences, the conviction that no care matters anymore becomes stronger.
It's as if the careless person convinces himself that events will respect his interests anyway, as if reality owes him some debt.
The latest escalation announced by the Biden administration (pretending to authorize Ukraine to attack Russia, knowing that in fact the weapon is American, the aim is American and the hand that pulls the trigger is also American) is a monumental oversight because it causes fanatics the entire previous narrative of American non-involvement in war operations.
In fact, the attack carried out two days ago was preceded by extraordinary statements by American officials that are authentic confessions of the crime: with the US denying its involvement in the invasion of Kursk, the 'permission' to launch ATACMs on the Russians who are trying to expel the invaders they are a real smoking gun on whoever is in charge.
But it's no longer just about being careless in the eyes of the outside world. The case becomes more serious because the recently elected president of the USA for the first time called out the issue by name, accusing the current administration of wanting to trigger a nuclear holocaust, referring for the first time to the neocons as a key element in all the wars fought by the Empire.
In other words, the perception of American guilt already exists within the United States itself and was expressed by its future president. It is no longer just the Russians or other nations hostile to the USA that state the obvious but this still does not seem to bother either the media or those still (ir)responsible in the Biden administration.
In short: someone is playing with matches near a fuel tank installed in an area where there is dry grass. The fire has already caught fire and started to burn towards the warehouse. Even so, the arsonist shrugs his shoulders and says:
- Oh, the fire will go out before it reaches the deposit or the wind will change direction.
Obviously everything that could go right will go wrong and what could go wrong will go even worse.
Hopefully the shrapnel from the explosion will only hit those who played with fire.
(...)
O vício do descuido
(ou a falácia do fogo que se extinguirá sem que haja consequências)
Tal como o abuso, sobre o qual escrevi ontem, o descuido também é viciante. E a razão pela qual ele se expande, é a mesma de todas as drogas: a sensação de impunidade. À medida que se avança nesse caminho sem sofrer consequências, vai-se fortalecendo a convicção de que nenhum cuidado importa mais.
É como se o descuidado se convencesse que de qualquer forma os acontecimentos respeitarão seus interesses como se a realidade tivesse alguma dívida para com ele.
A última escalada anunciada pela administração Biden (fingir que autoriza a Ucrânia a atingir a Rússia, sabendo-se que na verdade a arma é americana, a mira é americana e a mão que prime o gatilho também é americana) é um descuido monumental porque faz em fanicos toda a narrativa anterior do não envolvimento americano nas operações de guerra.
Na verdade o ataque realizado há dois dias foi antecedido de declarações extraordinárias de responsáveis americanos que são autênticas confissões do crime: tendo os EUA negado o seu envolvimento na invasão de Kursk, a ‘permissão’ de lançar ATACMs sobre os russos que tentam expulsar os invasores são uma verdadeira arma fumegante sobre quem está no comando.
Mas já não se trata mais apenas de ser descuidado diante dos olhares do mundo exterior. O caso fica mais grave porque o recém eleito presidente dos EUA pela primeiras vez chamou os bois pelo nome, acusando a actual administração de querer espoletar o holocausto nuclear, referindo pela primeira vez os neocons como elemento chave de todas as guerras travadas pelo Império.
Ou seja, a percepção da culpa americana existe já dentro dos próprios Estados Unidos e foi expressa por seu futuro presidente. Já não são apenas os russos ou outras nações hostis aos EUA que afirmam o óbvio mas isso ainda não parece incomodar nem os media nem os ainda (ir)reponsáveis da administração Biden.
Em suma: alguém anda a brincar com fósforos perto de um depósito de combustíveis instalado numa área onde há capim seco. O fogo já pegou e começou a lavrar em direcção ao depósito. Mesmo assim o incendiário encolhe os ombros e diz:
- Oh, a fogueira vai apagar antes de atingir o depósito ou então o vento vai mudar de direcção.
Obviamente tudo o que poderia correr bem vai correr mal e o que podia correr mal vai correr pior ainda.
Esperemos que os estilhaços da explosão atinjam apenas aqueles que brincaram com o fogo.
Soberba, caro António, SOBERBA.
Convenceram-se que são superiores, tão superiores que a realidade lhes obedece.
Chamo a essa convicção Síndrome de Hollywood porque acreditam que podem, tal como no cinema, criar mundos alternativos, mundos, por onde exemplo, pessoas de pele azul não falam, telepatam.
É mesmo gato escondido com o rabo de fora, e é um gato manchado de sangue em muitas frentes, eu pergunto a todos os votantes nestes (des)governantes quantos de nós lhes demos permissão para fazer ou criar conflitos ou guerras como outros povos? Eu não autorizei ninguém do meu (des)governo a estar de acordo com guerras ou apoiar seja ou que relacionado com tal coisa, e creio que muitos de vós também não o fizeram, ora bem, cabe-nos por em marcha algo que o demonstre rapidamente, seja de que forma for, ninguém tem o direito de tirar a vida a outro, apenas deve ajudar ou não, ou castigar sem matar, e há formas de o fazer, todos sabemos isso. "A União faz a força" não se esqueçam.